domingo, 4 de julho de 2010

Aprovado!

Tal como prometido, cá estamos a dar a nossa opinião final (sempre isenta) desta obra emblemática do Município de Setúbal, a que eu carinhosamente chamo o "Muro" da Vergonha.
Depois de meses de impasse, avanços e recuos, foi sanado o ultimo diferendo em aberto (com a EDP) à cerca de uma semana.
Desde o início da semana que se notou alguma agitação pelas redondezas, com a remoção do gerador industrial de má memória e retoques de ultima hora.
Na sexta-feira de manhã lá compareceu a comitiva da Câmara Municipal de Setúbal, para a vistoria final e, aparentemente já está tudo em condições para ser passado o Certificado de Habitabilidade.

Fica contudo pendente um autêntico imbróglio com os compradores das lojas, a quem, acharam por bem entregar as mesmas em bruto. Os compradores não aceitam e com razão. A Câmara Municipal de Setúbal pelos vistos está do lado dos compradores e não emite as respectivas licenças. O tempo dirá como vai acabar este 'braço de ferro'.
Mas voltando ao que nos trouxe aqui, convém dizer que a construção não teve os melhores acabamentos e será de esperar infiltrações de humidade nas paredes cobertas com a cor de muro. Quem passar por perto facilmente percebe ao que eu me refiro.
Os arranjos da envolvente excederam as expectativas e talvez tenha sido uma forma de se redimirem do 'Pecado Original'. (leitura auxiliar recomendada - O Mapa do Tesouro)
Três reparos:
  1. A entrada principal dos dois blocos mais a nascente, não são práticas, nem tão pouco seguras (mas isso são opiniões externas), pois encontram-se numa zona escondida (se bem que iluminada) e fora do circuito normal da chegada dos moradores. A entrada da garagem é a escapatória normal e lógica para esta situação e faltou prever uma porta de acesso para pessoas, para não ser necessário abrir um portão enorme ao entrar ou sair do edifício.

  2. O outro reparo tem a ver com uma opção estética no arranjo da envolvente, que será objecto de um artigo (humorístico) próprio - Contemplando o 'Muro", previsto à já cerca de 3 meses, mas como envolve fotos bem conseguidas e algum trabalho de Photoshop tem sido sucessivamente adiado.
  3. É de esperar que a casca de pinheiro que evita que nasçam ervas daninhas no ajardinado em frente ao bloco mais a poente, desapareça a olhos vistos já que , regularmente está a ser 'subtraído' por pessoas que se deslocam ao local com sacas e com caixas para levarem à borla algum deste material para o seu jardim. Não me contaram, até já lá vi um sujeito com uma pá no local, e de dia, e nem estava minimamente preocupado com que por lá passava na altura. Tipicamente tuga.
Relembrando um artigo publicado em 06 de Julho de 2008, vamos também mostrar que tínhamos (alguma/toda) razão quando questionamos a construção deste mamarracho tão perto de um viaduto já existente e muitas vezes mal frequentado (bandos de jovens adolescentes provenientes dos bairros sociais das proximidades). O artigo está em preparação e deve ser publicado brevemente - Falta de pontaria.
Vamos acompanhar de perto a chegada dos novos moradores, essas famílias necessitadas, que a Câmara Municipal de Setúbal a seu tempo, analisou e diferiu as centenas de pedidos que lhes foram enviados, por famílias a quem não se esqueceu de enviar cartas personalizadas. O tempo é o melhor Juiz e a falta de privacidade (que é mutua em relação ao edifício contíguo) vai certamente dar para ver e conhecer quem foram os felizes contemplados com um apartamento neste mamarracho, com vista para o Sado.
Se esta vai ser a casa dos seus sonhos ou o inferno das suas vidas, só vai ser possível saber quando houver alguma decisão transitada em julgado, na acção judicial que opõe moradores do edifício contíguo contra o licenciamento pela Câmara Municipal de Setúbal do projecto 274/06, o que pode demorar ainda alguns anos.
Uma descoberta surpreendente do nosso detective de serviço, mostrou-se inconsequente já que, passados vários meses não foi dada continuidade a uma reunião com os actuais moradores de uma zona meia clandestina, onde é suposto ser edificado um projecto em terrenos também pertencentes ao IHRU, para averiguar da disponibilidade das cerca de 2 dezenas de famílias, para serem provisoriamente realojadas no "Muro" da Vergonha. Apesar da disponibilidade da grande maioria, estas não voltaram a ser contactadas. Na altura pensou-se que seria uma arma que a Câmara Municipal de Setúbal iria utilizar no processo judicial para, alegar que a demolição do mamarracho iria conduzir à não alternativa para essas famílias. Pode também ser que tenha havido muitas desistências de todos aqueles que se cansaram de esperar por escrituras prometidas desde Agosto de 2009 ou, por ser difícil continuar com os pedidos de empréstimo bancário já que os bancos começaram a ser mais exigentes nos critérios para empréstimos
, ou então porque abriram os olhos (ainda a tempo). Aparentemente a imobiliária encarregue da venda ainda continua a mostrar os mesmos dois (sempre únicos) apartamentos disponíveis. Vamos continuar atentos e investigar qualquer boato mentiroso que circule por estas bandas.
Pela nossa parte continuaremos a actualizar a informação disponível em artigos neste blog e no seu associado. No local manteremos as faixas negras sempre que for logisticamente possível.