terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Poupadinhos

Em tempo de crise temos de ser poupadinhos. Deve ser essa a justificação para dando uma no cravo e outra na ferradura, vermos o carregamento das placas e pilares do outro muro, a ser feito dentro de todas as normas e civismo, a partir da Avenida Belo Horizonte, com uma das faixas cortadas ao trânsito e autoridade policial no local. Uma prática bonita e recomendável para não perturbar a envolvente residencial deste novo mamarracho de Setúbal com vista para o rio Sado.

Contudo, isto trás encargos adicionais, mas como a relação com a vizinhança é excelente, também os vemos com todo este aparato nos acessos a um conjunto de garagens nas imediações. O barulho associado é enorme, mas os moradores compreendem que estamos no fim do mês e o dinheiro começa a escassear por todo o lado. Somente o dono de duas das garagens é que não gostou da brincadeira e já pediu por via judicial uma indemnização por prejuízos inerentes às dificuldades de acesso às mesmas.

No entanto, o coração da maioria dos moradores é grande, e estão sensibilizados para as dificuldades que os responsáveis da obra estão a viver, (frequentemente os seus trabalhadores se lamentam nos cafés das redondezas, que estão com os ordenados em atraso TRÊS a CINCO meses) mesmo que para isso tenham de sair de casa durante o dia e só possam abrir as janelas ao domingo, já que o sábado também passou a ser um dia normal de trabalho.
Já no “Muro” da Vergonha que também passou por uma tremenda crise financeira, assisti a uma ‘espera’ dos trabalhadores da obra no Verão passado, que se prolongou noite dentro, em que os muitos trabalhadores se aglomeraram junto à entrada principal da obra, esperando e desesperando, pela chegada do dinheirinho, proveniente do seu suor.
Em tempo de vacas magras, temos de ser uns para os outros.

Um comentário:

Anônimo disse...

e as mentirsa continuam