quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Recordar é viver: De luto

  • Ó Mamã, dá licença?

Um jogo infantil, que faz parte da memória da maior parte dos adultos portugueses.

É um jogo para seis ou mais crianças, num espaço que tenha parede ou muro, embora estes possam ser substituídos por um risco no chão. As crianças dispõem-se sobre um risco, umas ao lado das outras. Uma, a mãe, fica colocada de frente para as outras crianças, a uma distância de dez ou mais metros. A mãe fica de costas para a parede ou muro.
Uma criança de cada vez vai perguntando à mãe:
- A mamã dá licença?
- Dou.
- Quantos passos me dás?
- Cinco à bebé Justiça portuguesa.
- Mas dás mesmo?
- Sim.
Então a criança avança, dando cinco passos muito pequeninos, pois neste exemplo, dá passos “à bebé” " à Justiça portuguesa".
Em seguida, pergunta outra criança e assim sucessivamente. Ganha o primeiro a chegar ao pé da mãe, tomando o seu lugar e recomeçando o jogo. De referir que, após a ordem dada pela mãe, a outra criança deve confirmá-la antes de a executar (“Mas dás mesmo?”), sob pena de regressar ao ponto de início. As respostas da mãe (ordens), podem ser muito variadas: passos à gigante (grandes), à caranguejo (para trás), à cavalinho (saltitantes), à tesoura (abertura lateral dos membros inferiores), etc.

A nossa fé na Justiça sempre foi questionável e quando nos apercebemos de que isto não ia lá com duas cantigas, entramos num luto rigoroso e preparamos uma recepção condigna aos nossos visitantes de ocasião.
Nada melhor para expressar o nosso luto, do que uma enorme faixa preta, colocada na fachada do prédio contiguo à nova construção, uma enorme faixa preta com os seguintes dizeres:

ATENTADO URBANISTICO?

Actores:
Câmara Municipal de Setúbal
Sociedade de Construções H.Hagen

Saiba mais em:
http://fontedolavra.blogspot.com

Metemos mãos à obra e esta ficou pronta no final do dia 28/12/2007. Tinha 6x3 metros e as letras em branco prometiam uma boa visibilidade ao longe.
Tinhamo-nos esquecido de um importante actor: o IHRU-Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, pois ainda pensávamos que tudo isto, ainda era fruto das 'negociatas' entre o Manel 'Alcatrão' e a construtora.
Mesmo assim, estes dizeres não passaram na 'censura' interna, que achou por bem não expor a parte em que se falava nos autores deste 'atentado' urbanístico.
Foi então colocada a 'meia-faixa', ainda assim bem visível por todos os que circulavam nesta importante via rodoviária (Avenida D.Manuel I).
No dia 19 de Janeiro juntamos à 'festa' uma nova faixa preta, com um nome sugestivo

O "MURO" DA VERGONHA

que ainda se mantém no mesmo local, passados praticamente 4 anos. Está velhinha mas ainda continua a fazer o seu trabalho, que é, envergonhar todos aqueles que de alguma forma estão directa ou indirectamente ligados aquele que, para nós foi um atentado urbanístico. Qualquer que seja o desfecho final da nossa acção principal, este nome que identifica o mamarracho e a zona, irá prevalecer por algum tempo.
No melhor pano cai a nódoa e, quando as obras pararam por efeito da nossa 2ª Providência Cautelar, achou-se por bem retirá-las para não criar qualquer tipo de pressão à decisão do Juiz que até era de Setúbal.
Uma terrível asneira, da qual ainda nos arrependemos nos dias de hoje, e que conduziu (na nossa modesta perspectiva) a que o Juiz tivesse motivos mais do que suficientes, para alterar a sua decisão à ultima hora:

"Aqueles gajos, sem qualquer pedigree, já estão conformados. Vamos mas é ajudar quem precisa de trabalhar e fazer negócio..."

Olhando para trás, quem fez pressões no sentido contrário (e que se calhar foram os mesmos que fizeram "desaparecer" por alguns meses o processo dentro do próprio Tribunal de Almada, e cujo inquérito interno nada apurou de errado, pois se calhar, o que eram na altura 13 volumes, só caíram para trás do armário, quando a empregada da limpeza andava a limpar o pó), agora que estão com o seu dinheirinho a arder, teriam ganho muito mais (ou não tinha perdido tanto), se tivesse deixado que a Providencia Cautelar tivesse sucesso, e assim o processo judicial tinha prazos muito mais curtos. A gulodice imobiliária ganhou na altura, mas o tempo foi passando e a justiça dos homens foi-se fazendo até aos dias de hoje...
Cinco meses depois de termos entrado de luto, renovamos o nosso guarda roupa, não sem antes homenagear todos os que estiveram envolvidos na pintura das letras no 1º painel. Assim, e antes de ser retirada definitivamente para umas merecidas férias, o pessoal do contra concordou em dar-lhe as suas 24 horas de fama e eis que durante o dia 28/05/2008 foi visível a nossa primeira faixa negra em todo o seu esplendor.
As duas novas faixas que deram ao nosso luto um novo look, permaneceram expostas vários meses e uma delas ainda pode ser vista nos dias de hoje, num local bem visível, quer da Avenida D.Manuel I, quer do Viaduto sobre a mesma avenida.
Falta falar de uma das nossas faixas pretas, que foi a mais cara de todas (60 euros). Metia-nos confusão todo um corropio de pessoas que, especialmente ao sábado, faziam fila para ver os apartamentos. Longe ia o tempo em que os serviços da Câmara Municipal de Setúbal enviaram uma carta para todas as pessoas que estavam inscritas para uma casa camarária, irem ao local da construção dar o seu nome, para assim fazer valer a tese de que estas novas habitações eram urgentes, para alojar as muitas famílias carenciadas de Setúbal. Uma mentira digna de qualquer 1º de Abril.
Era agora uma nova onda, que ia ao cheiro de casas baratas com vista para o Estuário do Sado. Uma placa monstruosa (que não me recordo de ver noutras construções semelhantes), assim o anunciava a todos os que circulavam na zona. Mais uma vez era mais uma mentira digna do 1º de Abril, ou melhor, um caso sério de publicidade enganosa (dada a importância deste facto, dedicàmos-lhe um artigo completo, publicado no dia 10-01-2010 com o título CSI Lavra - Episódio 2: Preçário).
Foi nesta leva que enviamos ao local, os nossos 2º e 3º compradores fictícios, o primeiro dos quais estava incumbido de por todos os meios possíveis e imaginários, arranjar um documento da imobiliária com os preços que estavam a ser praticados (bem sucedida); o segundo dos quais (um simpático casal) estava incumbido de tentar tirar fotos no interior e das vistas a partir dos vários apartamentos. O vendedor não 'descolou' e a missão foi um fracasso. Foram conseguidas somente informações sobre o numero e localização de apartamentos à venda, para depois podermos cruzar com outras informações disponíveis. Esta visita teve de ser interrompida bruscamente porque o Engenheiro responsável pela obra apareceu na zona e certamente iria desmascarar o 'falso casal', já que eram pessoas com quem este se cruzava regularmente na zona (moradores) e estavam conotados com o 'inimigo'. Como o vendedor da imobiliária era um bom conversador (como convém), ficamos também a saber, que ele era um dos compradores de apartamento neste mamarracho, um quarto andar, possivelmente a partir do qual foi tirada a fotografia que foi conotada como publicidade enganosa, no nosso artigo CSI Lavra - Episódio 5: Duh...
Teria sido ele (pelo menos das suspeitas não se livrou) que implicou com esta nossa ultima faixa, e tendo descoberto o autor do blog, comentou venenosamente o artigo Mentiras, vigarices, trafulhices & afins (escrito propositadamente no dia 1 de Abril de 2009) em que publicitávamos esta nova faixa, que pretendia alertar os possíveis compradores (os tais que faziam fila principalmente ao sábado) que poderiam não estar a comprar a casa dos seus sonhos, mas sim a arranjar um problema para o resto da sua vida. O comentário está divinal, é machista q.b.

Anónimo disse...

Só gostaria de colocar uma questão: A senhora não tem mais que fazer? Não tem mais com o que se preocupar?
Se a sua vida é tão inutil e por isso mete-se na vida alheia, deixo aqui uma sugestão VÁ LIMPAR A CASA. Ou já que fala em familias carenciadas, tenho a seguinte questão que trabalho social faz? quantas crianças, velhotes ou mesmo quantas familias ajuda? provávelmente não faz nada não é? que pobreza de espirito, dedique-se a questões ou causas uteis e não ande ai armada em parva a falar daquilo que não sabe...

3 de abril de 2009 15:05

e que só foi mais tarde suplantado pelo do 'procurador', no artigo Agente infiltrado, que também suspeito que foi feito pela mesma pessoa.

Anônimo disse...

a este ordinário dono deste blog digo que a justiça peca por tardia mas não falha, sou procurador e quanto menos esperar vais levar um processo crime em cima que nunca mais te levantas!!!

27 de setembro de 2010 21:58

A permanência das faixas pretas é para continuar, até que haja uma primeira decisão judicial, que poderá ser já no próximo verão. Só a partir desse momento é que iremos ponderar os prós e os contras da sua existência. Temos consciência de que estamos a perturbar as vendas de apartamentos neste mamarracho, mas se a decisão judicial nos for favorável (com a demolição total ou parcial do "Muro" da Vergonha), teremos assim conseguido, de uma forma 'alternativa', que menos famílias necessitarem de ser realojadas.
Ficamos a saber no início do mês que, de repente, ficaram um número razoável de apartamentos à venda nesta emblemática obra, pelo menos tantos quantos as placas disponíveis que foram entretanto deslocalizadas do 'Outro Muro', que continua à espera de melhores dias (existem problemas técnicos graves, também conhecidos por falta de 'carcanhol') para a conclusão dos seus acabamentos, e as placas a anunciar a venda desses apartamentos era uma autêntica aberração.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Recordar é viver: Dar com a língua nos dentes

Diz a voz popular que há mil e uma maneiras de fazer bacalhau. Não sei ao certo se serão efectivamente mil e uma mas, que há muitas formas, lá isso há e quase todas elas resultam em excelentes petiscos. Se me perguntassem qual o meu prato preferido de bacalhau, a minha escolha seria o bacalhau com broa

Se é verdade que há mil e uma maneiras de fazer bacalhau, não é menos verdade que por terras dos Algarves também arranjámos mil e uma maneiras de confeccionar atum e por exemplo os belgas têm outras tantas de fazer mexilhão.
Por aqui, também existem mil e uma maneiras de fazer um artigo, que não deixe cair no esquecimento o que para nós foi um atentado urbanístico, perpetrado pela Sociedade de Construções H.Hagen, num projecto de Habitação de Custos Controlados do IHRU-Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, com a bênção da Câmara Municipal de Setúbal que licenciou tal projecto. Reinventamos regularmente esta novela, que em longevidade bate aos pontos o Anjo Selvagem da TVI, que segundo as minhas pesquisas foi a telenovela mais longa da Televisão portuguesa.
O processo judicial vai avançando a passo de caracol (esteve em banho-maria desde finais de Fevereiro até início de Outubro) e sabe-se lá daqui a quanto tempo haverá alguma qualquer decisão.
Quando este blogue começou, à precisamente 4 anos, sabíamos que a Internet é o veículo que actualmente chega mais rapidamente a um numero maior de pessoas e foi aí que apostamos, para dar com a língua nos dentes.
Começamos pouco a pouco a adquirir conhecimentos, que maximizassem o impacto pretendido e chegamos a um ponto em que os artigos eram escritos na hora, ao sabor dos acontecimentos. Alguns foram escritos 'muito a quente', já que a tensão era enorme.
Com a suspensão das obras, enquanto era apreciada a nossa 2ª Providencia Cautelar, ficamos rapidamente sem assunto que justificasse uma visita contínua, por parte dos visitantes regulares que entretanto tínhamos conquistado.
Tentamos fazer alguma pesquisa na Biblioteca Municipal sobre o Bairro, pesquisa de fotografias antigas, etc., mas era tudo muito curto. Iniciamos então uma fase de angariação de novos visitantes através de métodos artificiais, conseguindo com isso chegar cada vez mais longe no nosso objectivo principal, que era levar a nossa denuncia o mais longe possível. Esses métodos aproveitavam vulnerabilidades da Internet que aparentemente já foram corrigidas. Desta fase, que passou por várias etapas, sobrou o nosso Suplemento Kultural que ainda hoje é o nosso maior veículo de divulgação do blogue, e que vai continuar o tempo que for preciso, para não deixar cair o assunto em esquecimento. Nunca fizemos segredo de que andávamos a recorrer a métodos pouco habituais (como provam os links acima assinalados, entre outros espalhados por todo o blogue), mas como diz o velho ditado português "O fim justifica os meios".
Neste momento estamos a reescrever esta novela na rubrica "Recordar é viver" onde aproveitamos o aniversário de datas relevantes nesta novela, para divulgar factos novos provenientes de meses de investigação, que na altura não foram referidos, porque não foram devidamente contextualizados no que estava a acontecer, o que nos vai ocupar seguramente até à próxima primavera.
Regularmente, será repensada uma nova estratégia, para manter esta chama acesa.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Recordar é viver: Animação precisa-se

[...] acautelar os direitos dos cidadãos em ordem a que, entre outros:
  • Os caminhos não alargassem sobre os prédios dos "outros" e não encolhessem sobre os prédios dos "amigos";
  • Os "amigos" não construíssem um qualquer prédio e aos "outros se "aplicasse a lei":
  • As licenças públicas não tivessem que ser pagas, também, a privados;
  • A que, nos ditos concursos de acesso ao emprego nas autarquias locais, não ganhasse o "concorrente" que todos já conheciam;
  • O dinheiro publico não circulasse apenas dentro do mesmo circulo de interesses e entidades, num autentico cerco ao dinheiro público, o que faz lembrar que: "Eles comem tudo e não deixam nada";
  • Os jovens engenheiros, arquitectos, projectistas e outros profissionais tivessem acesso livre ao mercado da profissão e que este não fosse capturado por eleitos e outros profissionais das autarquias;
  • As empresas pudessem concorrer em pé de igualdade sem se verem preteridas pelas empresas do "circulo de interesses", quando não dos próprios, das suas esposas e outros familiares e amigos;
  • Os trabalhadores das autarquias exercessem as suas funções em consciência, sem servilismos e sem ilegalidades;
  • [...]
Poderia ter sido eu, o João ou um Zé desta Tugalandia à beira mar plantada a escrever estas frases, mas pelos vistos foi um tal de Orlando dos Santos Nascimento, juiz-desembargador na sua carta de despedida como Presidente da Inspecção-Geral da Administração Local (IGAL). O Pdf a que tive acesso tinha algumas frases em relevo, de entre as quais retirei as que acima referi.
Desconhecendo totalmente o assunto, recorri à Internet para me actualizar, já que o tema me é querido. Um dos resultados da pesquisa era uma autêntica 'pedrada no charco'...

Extinção da IGAL - um favor deste governo aos autarcas corruptos

O Governo decidiu, no seu afã "reformador", extinguir a Inspecção-Geral da Administração Local. O seu Presidente, o juiz-desembargador Orlando dos Santos Nascimento, publicou no site do IGAL uma carta com a sua posição.
Miguel Relvas demitiu o Presidente e fechou o site, para que ninguém aceda à carta.

Nem sequer vou comentar!
Se acreditasse na classe politica, poderia ficar mais descansado, já que também li no artigo do jornal Sol que

[...] Segundo o gabinete do ministro Miguel Relvas, as competências da IGAL serão transferidas para a Inspecção-Geral de Finanças – onde deverá ser criada uma secção especializada. Ou seja, a fiscalização das autarquias prosseguirá. [...]

Todo este texto serviu para introduzir, o que retiramos hoje do nosso álbum de recordações: no já longínquo dia 18 de Outubro de 2007, no ínicio da sessão ordinária da Câmara Municipal de Setúbal, a nossa querida e sempre elegante Presidente Maria das Dores Meira cumpriu o prometido e forneceu a informação que considerou relevante sobre a questão levantada pelo representante dos moradores da zona junto ao Viaduto sobre a Av. D. Manuel I

A questão relacionada com os munícipes da Avenida D.Manuel I era algo complexo, [...] De acordo com o processo que tinha em seu poder, O Plano de Pormenor em curso iria assentar na criação de uma zona habitacional de qualidade, com espaços públicos de lazer bem como de actividades ligadas ao comercio, serviços e equipamentos.[...]

Pelos vistos esta informação não foi suficiente para acalmar os moradores presentes e novamente, o representante dos moradores pediu para intervir, assim como outro morador, que interveio a seguir. Com uma aparência pouco serena, lá começou um relato de tudo o que era conhecido na altura e com a 'cabeça quente' diz-se o que se deve e o que não se deve.
Estas sessões são por vezes tão maçadoras, que somente os interessados em algum assunto em debate, aguentam. De vez em quando lá aparece uma 'pedrada no charco' para animar a coisa e, se alguém estava meio adormecido com o desenrolar da sessão que não tinha tido 'casos', certamente acordou quando ouviu uma frase que fez as delicias da assistência e da comunicação social (local e regional) presente:

[...] referia-se a ligações perigosas entre a construtora Hagen, a Câmara Municipal e outros organismos públicos. [...]

Se estas frases podem ser ditas em conversas com amigos, ou à mesa do café, não podem ser ditas em público, num local onde tudo é gravado e é feita uma acta com o seu conteúdo, sem que haja as devidas consequências.
Como resposta, a Sra. Presidente disse que pretendia esclarecer ao pormenor toda esta situação, já que as questões colocadas pelo munícipe eram preocupantes e foram consideradas graves as afirmações proferidas.
Se esta afirmação tivesse que ser provada em Tribunal, poderíamos fornecer para análise, alguns dados relevantes de uma incursão aos arredores de Lisboa, onde nos confidenciaram que as relações familiares, entre responsáveis da H.Hagen na altura e da Divisão de obras da Câmara de Setúbal era um impedimento para que Concursos públicos de relevo, como o da recuperação das Escarpas de S.Nicolau ou a construção do Viaduto sobre a Avenida D.Manuel I, não tivessem um vencedor já à partida. Se lermos nas entrelinhas a declaração de voto do Vereador Paulo Valdez, constante na acta da sessão pública de 15-10-1996, onde foi dado como vencedora do Concurso Público para a construção do referido Viaduto a empresa H.Hagen, talvez se faça luz sobre alguma dúvida que ainda paire no ar.
Quanto aos boatos mentirosos que por aqui circulavam na altura, esses é que seriam difíceis de provar. Como se conseguiria provar que a H.Hagen construiu o Viaduto de borla porque recebeu em troca os terrenos em redor, onde poderia construir? Como se explicaria a saída dos 162 636 270$00 dos cofres da autarquia, para pagar a construção do Viaduto? Como iria ser feita a transmissão da propriedade dos terrenos envolventes. ainda em nome do FFH, (provenientes da expropriação nos anos 60 de grandes parcelas de terreno) e que aquando da sua extinção foram entregues à Câmara Municipal de Setúbal, que nunca actualizou os referidos registos, porque isso custa dinheiro. Toda essa documentação é única e pode ser ocasionalmente 'perdida'.
Para sair desta embrulhada e manter os compromissos entretanto assumidos, podia-se, por exemplo, criar um (ou mais) concurso(s) público(s) fictício(s) para legalizar tudo isso, mas por mais que se tente, há sempre pontas soltas que são difíceis de controlar...
Se não tivéssemos a noção que tudo isto não passam de boatos mentirosos, poderíamos até dizer que se tratava de uma teoria da conspiração.

Mais pormenores podem ser obtidos, pela leitura da acta da referida sessão (22/2007) e na Revista de Imprensa, que publicamos no artigo com o mesmo nome em 31-12-2007.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Recordar é viver: Tapar o sol com uma peneira

O melhor deste povo português é conseguir, num espaço muito curto de tempo, arranjar uma anedota, uma frase ou algo jocoso sobre uma situação, que pode ser até de humor negro. Veja-se a facilidade com que se criam anedotas sobre a Madeira e o Alberto João Jardim.
Ainda sou do tempo em que o quilo do arroz agulha custava 2 tostões e de que tambem fazer humor deste tipo tinha outras nuances, não fossem as paredes terem ouvidos e aparecerem uns senhores de fato preto que nos levavam, sabe lá Deus para onde.
Lembro-me de uma pergunta/resposta, que se contava no início dos anos 70:

- O que disse o Chefe da Estação de Santa Comba Dão quando chegou o comboio com o cortejo fúnebre de Salazar?
- Este comboio vem atrasado 40 anos!

O bom ou o mau gosto deste tipo de humor depende e dependerá sempre dos interlocutores. Vai haver sempre quem ache piada e sempre quem reprove este tipo de coisas.
Esta foi a parte lúdica que serve de introdução, à página que hoje abrimos no nosso álbum de recordações.

No dia 10 de Outubro no já longínquo ano de 2007, apareceram por aqui uns senhores, que não vinham vestidos de preto, mas que vinham substancialmente atrasados. Pelas minhas contas, também não vinham atrasados 40 anos mas mais precisamente 483 dias, e já damos de bónus a totalidade dos 30 dias que a lei prevê para a fixação no local onde se pretende fazer uma operação urbanística, a partir da entrada do pedido de licenciamento na entidade competente. Se a lei fosse igual para todos, a não publicitação do respectivo pedido, daria lugar a uma coima e, no limite poderia conduzir ao indeferimento do pedido de licenciamento.
Estes senhores carregavam o peso de uma placa, que se referia a um tal de Projecto 274/06 que tinha dado entrada nos serviços da Câmara Municipal de Setúbal em 15/05/2006.
Se fizermos uma simples conta de somar e adicionarmos a intervenção policial no dia 19/09/2007 que deu origem ao ofício 12484/ESQIC/BIC enviado à CMS a 30/09/2007 (ver a 1º parte desta nova rúbrica - Recordar é viver: O ínicio do fim!),o fax nº58773 enviado pelo INH/IHRU a 23/08 (ver a 2ª parte desta nova rúbrica - Recordar é viver: Entrega dos Oscars), a pergunta nº 4 do nosso jogo 'Quem quer ser milionário?' (que ainda não acabou) e a intervenção do representante dos moradores na Sessão Pública Ordinária da CMS de 03/10/2007 a que nos referimos no artigo anterior, podemos concluir que a lei não é igual para todos, que pretendiam esconder até à ultima, os planos 'tenebrosos' para esta terra de ninguém e que a fiscalização não funciona porque não é humanamente possível ou mais grave do que isso, não interessa incomodar quem nos dá o pão que pomos na mesa.
O projecto do outro mamarracho com o nº 172/07 deu entrada nos serviços da CMS em 04/05/2007 e por arrastamento também teve direito a uma placa nesse mesmo dia ficando somente com um 'pequeno' atraso de 129 dias, depois de também darmos de bónus a totalidade dos 30 dias que a lei prevê.
As provas de que
já era tarde de mais e de nada valeu tentar 'tapar o sol com uma peneira' estão à vista de todos: um processo em tribunal (que no limite pode conduzir à demolição total ou parcial do 'Muro' da Vergonha) e um blogue incómodo.

Este assunto foi abordado pela primeira vez a 30/11/2007, no artigo com o título '10 de Outubro - O dia de todas as verdades!'

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Recordar é viver: Entrega dos Oscars

Tal como prometido, voltamos a abrir o nosso álbum de recordações.
No já longínquo dia 03 de Outubro de 2007, um grupo de moradores esperou (e desesperou) pela passagem da nossa querida e sempre elegante Presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira.
Fontes mais do que fidedignas asseguram-nos que ela iria passar no local onde mais tarde iria ser construído este mamarracho que ainda nos atormenta. Obviamente que não nos vinha visitar, mas encontrava-se numa visita guiada pela Cidade de Setúbal acompanhada por um munícipe que fez um estudo exaustivo sobre os problemas de transito, erros de sinalização, etc. e com sugestão de melhorias. Esta zona fazia parte da apresentação à Sra. Presidente pois apresentava um dificuldade óbvia, que os utilizadores aprenderam a contornar e que está devidamente explicada num artigo de 26/11/2007 com o título 'Uma grande volta!'
Por motivos desconhecidos houve um desencontro com a sua passagem e como estávamos dispostos a esclarecer de vez, qual a posição da Câmara de Setúbal sobre esta construção, depois do triste episódio das vedações já aqui relatado, deslocamo-nos à Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Setúbal que ia ter lugar nesse mesmo dia a partir das 18:30.

Para entregar oscars é preciso haver um filme para avaliar, que poderia muito bem ser uma curta-metragem gravada ao vivo e a cores na parte final da Sessão Ordinária da Câmara Municipal, no período reservado ao munícipes. Com um elenco de luxo: Maria da Dores Meira no papel de Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins no papel de Vereador do Urbanismo da Mesma Câmara Municipal e como artista convidado, o representante dos moradores da zona junto ao Viaduto sobre a Avenida D.Manuel I em Setúbal, poderia muito bem ser apresentado na inauguração triunfal do renovado Forum Luisa Tody que parece que mais uma vez (já perdi a conta às vezes que foram apresentadas datas para as obras) tem a conclusão das suas obras agendadas para o 1º trimestre de 2012.
Nomeação para Melhor Actor: André Martins que nunca abriu a boca para se pronunciar sobre o assunto, coisa que me apercebi ser normal noutras ocasiões, quando a Presidente da Câmara não tinha a melhor informação para dar às questões levantadas pelos munícipes, os Vereadores do pelouro, melhor informados, forneciam informações mais detalhadas.
Poderia pensar-se que se calhar desconhecia totalmente o assunto mas, o nosso trabalho de casa levou-nos a ver dois fax que apresentamos em seguida:
  • Fax n.º 58773 - Para Município de Setúbal
    A/C Vereador André Martins
    Data – 23/08/2007
    Assunto: Autorização administrativa para obras de construção no loteamento da Av. D.Manuel I – Concurso 2/DGS/05 – vosso processo 274/06 (muito urgente)

    Requerimento

    O INH/IRRU, enquadrado pelo estabelecido na alínea c) do artº 7 do decreto-lei – 555/99 de 16 de Dezembro na redacção que lhe foi conferida pelo DL 177/2001 de 4 de Junho, é a entidade responsável pelas obras de urbanização do loteamento (aprovado pela Câmara pela Comissão de Coordenação Regional e da Tutela) e nessa condição, garante perante a Câmara a boa execução dos mesmos, em cumprimento dos respectivos projectos, que se encontram já sancionados pelas entidades licenciadoras e pelos próprios serviços da Câmara. Para o efeito, o valor destes trabalhos já se encontra caucionado pelo promotor perante o INH/IHRU.
    Assim vimos solicitar a vossa urgente intervenção, no sentido de poder ser dado imediato inicio às obras de construção requeridas, sem que o processo venha a ser prejudicado por mais uma transição que julgamos não se justificar.
    Com os melhores cumprimentos

    A Directora
    M. P. F.
  • Fax n.º58965 de 27/08/2007 - Loteamentos da Av. D.Manuel I e QT da Bela Vista

    De M. P. P. (IHRU) para Arq. A. A. com carácter urgente

    Como nosso interlocutor directo nos processos de licenciamento das obras de construção dos empreendimentos de habitação de custos controlados de que a empresa H.Hagen Imobiliária é promotora nos loteamentos da Av. D.Manuel I e Qta da Bela Vista, em Setúbal, junto remetemos cópias dos nossos fax agora enviados ao Senhor Vereador André Martins a respeito do desbloqueamento destes dois processos, no sentido da rápida reabilitação.
    Agradecemos desde já também a vossa contribuição para a resolução destas situações.
Mas Agosto é tempo de férias, as nossas mentes andam ocupadas com tantas coisas que poderia levar-nos a esquecer coisas tão importantes como esta.
Aprofundamos as nossas pesquisas mais um pouco e descobrimos que, depois do parecer técnico favorável sobre o projecto de arquitectura do 'Muro' da Vergonha, feito pelo técnico P. M. A. A. com base no requerimento 7182/06 aparecem 2 carimbos de Concordo a 02/10/2007: do Chefe de Divisão e do Vereador com delegação, de acordo com o despacho 362/06/GAP. Ou seja no dia anterior à realização da nossa curta-metragem.
É preciso ser um grande artista, para manter uma postura impávida e serena como se nunca tivesse ouvido falar neste assunto.
Nomeação para Melhor Actor Secundário: Representante dos moradores que, apesar de no dia 03/07/2007 ter visto o projecto 274/06, juntamente com um Arquitecto da Câmara de Setúbal, no edifício onde funciona o pelouro do Urbanismo, fez a pergunta mais inocente do mundo, quando chegou a sua vez de intervir:

[...] Solicitou que a Câmara Municipal explicasse o que se passava na zona porque a falta de informação dava lugar a boatos e histórias que não tinham qualquer fundamento.

Nomeação para Melhor actriz: Maria das Dores Meira pela brilhante actuação. Nunca consegui dados que provem que ela sabia o que se passava e portanto que mentiu, mas se lermos com atenção a explicação exaustiva que a Câmara Municipal de Setúbal forneceu sobre o assunto e que foi disponibilizada na integra no artigo publicado a 29-12-2007 com o título "Horizontes da Memória", é no mínimo estranho que alguém que ocupe um cargo de responsabilidade na Câmara de Setúbal, primeiro como Vereadora e depois como Presidente, desconheça o assunto na totalidade.
Visivelmente bem disposta, depois de referir que tinha estado no local e de que tinha ficado impressionada com a visita guiada ao transito em Setúbal

(...) Considerou que era algo estranho, que pudessem vir a ser construídos lotes no local e que iria ficar com o contacto do Sr.J. para posteriormente ser dada uma resposta.

Depois de muito ponderar, acho que foi uma maneira ardilosa de fugir a uma pergunta incómoda, cujos contornos ela não vislumbrava e que precisava de mais tempo para ponderar. Uma postura digna de um Oscar.

Para os interessados em mais detalhes é só consultar a acta da Sessão Ordinária nº21/2007 de 03/10/2007. Este assunto já tinha sido abordado a 23/01/2008 no artigo intitulado 'Frases soltas das actas das Sessões Públicas'

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Recordar é viver: O ínicio do fim!

O tempo passa depressa e já lá vão 4 anos, desde o momento em que o azar bateu à porta de quem, numa jogada de antecipação, julgou por bem mandar vedar o espaço onde mais tarde viria a nascer o mamarracho, a que eu carinhosamente chamo "Muro" da Vergonha.

Numa atitude tipicamente Tuga, mesmo encontrando-se o projecto ainda em apreciação na Câmara Municipal de Setúbal, e contando com uma fiscalização ineficiente, avançaram para a vedação de todo este espaço.
Não fora um trabalhador mais zeloso da empresa de vedações, que apesar de ter sido avisado que existia um acesso a uma garagem com uso frequente, insistiu em vedar o referido acesso, o que levou à chamada ao local da PSP (que à falta de qualquer documentação sobre o que ali se passava, mandou interromper as obras e repor a normal circulação de pessoas e viaturas nos passeios entretanto esburacados), talvez esta novela tivesse outros desenvolvimentos.
Somente no dia 28 de Novembro de 2007 foi publicado um artigo, com um título sugestivo 'Ataque de toupeiras?', que era o que melhor retratava o aspecto de todo este espaço.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Três Reparos

Existem situações menos boas com as quais convivemos todos os dias e às quais não damos a devida importância. Contudo, quem chega de novo tem um olhar diferente e dá o alerta!
Existe uma rubrica de sucesso no jornal local O Setubalense chamada “Três Reparos”, um apontar o dedo, de forma simples e concisa, a uma situação menos boa que seja observada na Cidade de Setúbal e/ou arredores.
Felizmente, não temos situações neste pequeno e pacato bairro de Setúbal que nos levem a serem referidos com regularidade nesta secção do referido jornal. No passado dia 7 de Setembro, na sua edição de quarta-feira lá apareceu a nossa nódoa...

Reparámos que na rua Paulo da Gama, paralela à avenida D. Manuel I, existe uma habitação sem tecto e sem portas e janelas, que é usada por marginais. Fica muito perto da Escola Básica da Fonte do Lavra. Deveria ser emparedada na frente e traseiras por questões de segurança e saúde pública.

Passando nas imediações várias vezes por semana, acompanho esta situação que remonta à primavera de 2008. Após um incêndio nesta habitação, a família de etnia cigana que lá habitava foi realojada e a casa ficou ao abandono. Teve uma ocupação durante vários meses em finais de 2009/inicio de 2010 por um casal jovem de tóxico-dependentes e, neste ultimo ano é frequentada, de forma esporádica, por pessoas de aparência descuidada, provavelmente tóxico-dependentes, para ali se injectarem.
Obviamente que esta situação, dada a proximidade de uma escola do 1º ciclo, Escola Básica da Fonte do Lavra, não contribui em nada para uma boa educação, que se pretenda dar às nossas crianças.

As autarquias deveriam ter poderes, não para emparedar as janelas e portas, mas para demolir, caso os proprietários, num prazo razoável, não tomassem as providencias necessárias a não tornar os imóveis num antro de marginais, Se assim fosse, talvez não tivéssemos agora novamente um bairro de lata de grandes dimensões, na Estrada da Graça, na chamada Quinta da Parvoiça.
Esta fotografia foi tirada ao início da tarde de hoje mas, para os meus seguidores mais atentos já não é a minha primeira referencia ao assunto. Quando assumi uma outra personagem nas ultimas eleições autárquicas, a de Maria P, Morais, uma promissora candidata à Câmara Municipal de Setúbal, pelo M.A.C.A.U. - Movimento Alternativo contra as Aberrações Urbanísticas, foi publicada uma fotografia desta mesma habitação a propósito de uma limpeza mais cuidada, que a CMS resolveu agendar nesta zona, para assim apresentar serviço na véspera das Autárquicas 2009, no artigo Candidata visita Parque Infantil. Contudo, estes trabalhadores dedicados esqueceram-se de levar um barco que apodrecia a olhos vistos a cerca de 10 metros deste local (para o qual foi chamada a atenção à Sra Presidente Maria das Dores Meira, que no local prometeu aos moradores uma solução rápida e que depois demorou quase 2 anos...), barco esse que ainda é visível mais abaixo, na barra lateral direita deste blogue.

Para acabar este artigo adiciono mais dois reparos (ou nódoas no bairro), estes agora da minha autoria:
  1. Uma casa em ruínas no cimo da rua Gil Eanes, junto ao cruzamento com a Avenida da Bela Vista, que também é muito mal frequentada;

  2. Prostituição diurna, num baldio junto ao Poço da Bela Vista, onde uns boatos mentirosos afirmavam que a Mota-Engil ia recuperar o projecto para a construção de um hotel de alguma dimensão, com vista para o Estuário do Sado.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Muro vai para obras

Aparentemente o 'Muro' da Vergonha vai para obras. Com o passar dos tempos habituei-me a manter o espírito aberto e já poucas coisas me causam surpresa. Somente iria ficar surpreendido se retirassem das fachadas, os azulejos que lhe dão este look vanguardista de 'Cor de muro'.
Com o corte parcial do transito na avenida Belo Horizonte, onde se realiza por esta altura uma festa de bairro, a "Festanima", deixei de fazer a minha passagem (quase) diária pelo "Muro' da Vergonha para, em jeito masoquista, continuar a lembrar o que a construção deste mamarracho contribuiu para uma reviravolta total, na minha vida familiar e profissional.
Não faço portanto a mínima ideia, qual o dia correcto em que começaram a montar os andaimes, para efectuar obras de reparação nas fachadas, de pelo menos dois dos blocos, desta obra emblemática da Cidade de Setúbal.

Na passada terça-feira, ao final da tarde, passei ocasionalmente por lá e apercebi-me deste autêntico 'bombom'. Muni-me da maquina fotográfica e documentei este triste espectáculo: um prédio acabado de construir, por uma construtora de renome na praça, à cerca de 2 anos, que quando deixou de interessar aos 'gulosos', que se iriam servir de conhecimentos nos locais certos (factor "C"), para adquirirem um apartamento a baixo custo, com uma vista privilegiada para o Estuário do Sado ou para revenderem com elevado lucro, quando terminasse o período de impedimento legal (habitação a custos controlados), foi acabado à pressa com materiais de 5ª categoria, aplicado por trabalhadores apanhados a laço nas redondezas.

Quem apostou no cavalo errado e acabou por ir morar nestas construções, rapidamente descobriu por conta própria, as inúmeras infiltrações de humidade nas paredes, principalmente nas fachadas viradas a Sul, que sofrem bastante com o excesso de calor no Verão e as chuvas e ventos fortes do quadrantes sul durante o Inverno.
Uma pergunta pertinente: Quem vai pagar as obras? Mais uma missão para o Detective Coelho!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Eles andam por aí... (Parte II)

Noticia já com alguns dias, mas que só ontem foi detectada:

Justiça/Arrábida
Arguidos no licenciamento ilegal de casas negam acusação

por Lusa 21 Março 2011

O antigo director do Parque Natural da Arrábida (PNA) Celso Santos e o ex-funcionário Nuno David, acusados de corrupção no licenciamento de casas na Arrábida, negaram hoje todas acusações na primeira sessão do julgamento, a decorrer no Tribunal de Setúbal.
Acusado de corrupção passiva e peculato, Celso Santos negou que tivesse dado cobertura a qualquer irregularidade no licenciamento de uma casa do arguido Manuel Varela - suspeito de corrupção activa no mesmo processo - e garantiu que nunca pediu nem aceitou dinheiro. Quanto à acusação do crime de peculato, Celso Santos admitiu ter ordenado o pagamento da reparação da viatura particular de uma arquitecta paisagista do PNA, que teve um acidente de viação em serviço. "Senti-me moralmente responsável e arranjei maneira de lhe pagar a reparação", disse Celso Santos, salientando, no entanto, que o acidente tinha ocorrido quando a funcionária estava ao serviço do PNA. O ex-director reconheceu, no entanto, que tinha colocado a questão superiormente, no Instituto de Conservação da Natureza (ICN), que tutelava o PNA, e que lhe tinha sido dito verbalmente que os prejuízos deveriam ser assumidos pela funcionária em causa.
Neste primeiro dia de julgamento foi também ouvido o ex-funcionário do PNA Nuno David, acusado de diversos crimes de corrupção passiva para ato ilícito, designadamente através da venda de quadros que ele próprio pintava a pessoas que tinham projectos pendentes no PNA. De acordo com a acusação, os quadros de Nuno David terão sido vendidos por valores superiores ao preço de mercado. Nuno David mostrou-se indignado com a avaliação das suas obras artísticas e garantiu que o facto de haver várias pessoas com projectos na Arrábida a comprarem as suas obras era simples coincidência, até porque não tinha poder para influenciar qualquer decisão sobre os projectos em causa.
A argumentação poderá não ter convencido o colectivo de juízes, presidido pelo magistrado Nelson Escórcio, que sublinhou o facto de haver várias pessoas a comprarem quadros do arguido Nuno David quando tinham projectos pendentes no PNA. Dos 15 arguidos no processo, entre os quais estão também alguns fiscais do PNA e da Câmara de Setúbal, oito estão acusados de corrupção ativa e sete de corrupção passiva, sendo que alguns respondem também pelo crime de tráfico de influências. O julgamento prossegue a partir das 9:00 de quarta-feira com a audição de outros arguidos que se disponibilizaram para prestar declarações e de algumas das testemunhas arroladas no processo.

Eles andam por aí... Nós é que nem sempre os vemos!

Pode ser que um dia destes também seja identificado (o nosso detective de serviço nunca o conseguiu, apesar de diversas tentativas) aquele a quem os trabalhadores durante a construção do 'Muro' da Vergonha' se referiam como sendo "sócio da obra" para além de ser Engenheiro da Câmara Municipal de Setúbal.
O que não me deixa triste é que, aparentemente o 'Crime não compensou': a Justiça tarda em dar a sua palavra, mas o negócio é ruinoso. A taxa de ocupação do 'Muro' da Vergonha não deve ser superior a 10 apartamentos, num universo de 33, todas as 9 lojas continuam por acabar, já há apartamentos à venda (é só fazer uma pesquisa na Internet) por parte de quem os comprou inicialmente (apesar de possivelmente ainda não ter feito escritura, pois de outra forma como iria justificar a venda de um apartamento, inserido no âmbito de vendas a custos controlados, que não pode ser vendido num espaço muito específico de tempo). Existem também já muitas queixas de infiltrações de agua nas paredes por parte de quem já lá mora.
A outra aposta, no outro muro, também terá sido um fiasco, já que as vendas andam pela rua da amargura (a CRISE também não ajudou nada). Quem ainda poderia estar interessado, vem de lá com muito má impressão, já que existe verdete em todas as janelas viradas para Sul, pinga no ponto de luz das lâmpadas da cozinha quando chove. Segundo palavras de alguém que está por dentro do assunto, ligado àquela construção "Os alicerces são de boa qualidade mas os acabamentos são uma porcaria". Para quem apesar destas contrariedades e informações desencorajantes ainda quiser fazer negócio, é-lhes dito que a conclusão dos acabamentos é incerta, porque não há dinheiro para fazer a instalação eléctrica dos apartamentos...
Isso sim, é que arrasa com qualquer potencial comprador.
Para quem por ali passa, apercebe-se que este novo mamarracho está votado ao abandono...

PAZ À SUA ALMA

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CSI Lavra - Episódio 5: Duh...

Sinopse:

Após o grande sucesso da série original, foi criada uma nova série nos mesmos formatos do CSI: Crime Scene Investigation.
CSI: Lavra é uma série de artigos num blogue, que apresenta o trabalho de investigação caseira de uma equipa em Setúbal. O seu primeiro caso (1ª Temporada) vai ser a análise de uma denuncia de publicidade enganosa.
A partir de hoje, a equipa de Robin, Detective Coelho e outros 'carolas' avulso, vão investigar este e outros casos misteriosos e muitas vezes inexplicáveis na ensolarada Cidade de Setúbal.

Temporada 1 - Episódio 5
Duh...

Tal como prometido, aqui estamos com o ultimo episódio desta mini-série. O titulo ilustra o que nos aconteceu durante a investigação preliminar, em que se procuravam provas irrefutáveis que sustentassem a nossa argumentação. Procurava-se no vasto arquivo de fotografias, que foram sendo tiradas ao longo do tempo, com o objectivo de preservar as memórias de tudo quanto por aqui se passou, quando um dos nossos seguidores que assistia a esta pesquisa, fez uma afirmação que nos surpreendeu a todos:

- Duh... Então ainda não repararam que no Outro Muro não tem janelas deste tipo!!! E a foto da esquerda também não foi tirada lá!!

E não é que tinha razão! O Outro Muro
(também conhecido por Edifício Encosta do Rio II, ou mesmo, edifício Tróia'Arrábida) tem somente janelas simples.

Foi u
m autêntico desperdício de recursos, andar a fazer alinhamento de candeeiros de iluminação e árvores, identificar navios, etc. Por vezes as coisas são simples e nós é que as complicamos.
Os ideólogos deste blogue aproveitaram logo esta deixa, para enriquecer o enredo desta mini-série e criar mais um episódio.

Nesta imagem inédita, tirada a 19/04/2009, podemos ver as janelas das salas dos apartamentos da fachada sul do bloco numero 2 do 'Muro' da Vergonha, que são do tipo das apresentadas na página de uma revista publicitária de uma qualquer imobiliária portuguesa. Em mais nenhuns apartamentos destes dois mamarrachos que construíram neste pacato bairro da Cidade de Setúbal, existe este tipo de janela.

Quem é responsável por este engano monumental? Desconhecemos totalmente, pois também não fazemos a menor ideia de quem é o responsável pelo conteúdo do anuncio, sabendo somente quem foi o responsável pela sua divulgação.
O que não deixará de ser, por mais voltas que se dê ao assunto, é um caso sério de publicidade enganosa.
Fim!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

CSI Lavra - Episódio 4: Vistas do Rio Sado

Sinopse:

Após o grande sucesso da série original, foi criada uma nova série nos mesmos formatos do CSI: Crime Scene Investigation.
CSI: Lavra é uma série de artigos num blogue, que apresenta o trabalho de investigação caseira de uma equipa em Setúbal. O seu primeiro caso (1ª Temporada) vai ser a análise de uma denuncia de publicidade enganosa.
A partir de hoje, a equipa de Robin, Detective Coelho e outros 'carolas' avulso, vão investigar este e outros casos misteriosos e muitas vezes inexplicáveis na ensolarada Cidade de Setúbal.

Temporada 1 - Episódio 4
Vistas do Rio Sado

Como estamos na recta final da primeira temporada, temos de nos empenhar para descobrir os motivos que levaram a que uma 'inocente' pagina, numa revista publicitária de uma qualquer imobiliária portuguesa, fosse associada um caso sério de publicidade enganosa.
A imagem à direita na parte inferior da página, mostra uma vista do rio Sado, tendo como plano de fundo a Península de Tróia. Entramos no domínio dos conhecimentos profundos do autor deste blogue, que também é autor de um foto-blogue onde estão publicadas cerca de 600 fotografias com perspectivas da Cidade de Setúbal, Península de Tróia e Serra da Arrábida, a partir do Rio Sado. Sendo assim, qualquer foto que contenha o Estuário do Sado pode ser desmontada ao pormenor. Vamos à imagem em causa:

Nesta imagem, para quem conhece o local ou para quem é conhecedor até à exaustão de todas as possíveis perspectivas, facilmente descobre que esta imagem nunca poderia ter sido tirada a partir do Outro Muro, que pelos vistos tem várias denominações oficiais:
  • Edifício Encosta do Rio II
  • edifício Tróia'Arrábida
Esta foto foi sim tirada a partir do mamarracho, do outro lado da Avenida D.Manuel I, conhecido por muitos como O 'Muro' da Vergonha. Não podia esta equipa de investigadores deixar uma acusação sem apresentar provas irrefutáveis. Vamos então desmontar a fotografia ao pormenor.

Identificamos com letras o que aqui é relevante:
  • A - Um candeeiro de iluminação
  • B - Uma árvore de algum porte
  • C - Um navio atracado no cais comercial
  • D - Uma placa de sinalização de transito (aproximação de passadeira para peões)
Se olharmos para uma foto antiga, tirada numa altura em que andavam por aqui entretidos a fazer os alicerces do 'Muro' da Vergonha podemos ver que a perspectiva é parecida, tendo a foto em estudo sido tirada de um ponto mais elevado e um pouco mais para a direita do que esta foto de arquivo.

Se não fomos suficientemente claros, podemos olhar para outra foto tirada a partir do Rio Sado, que tem como imagem de fundo O 'Muro' da Vergonha, ainda em fase de acabamentos e em primeiro plano a Pedra Furada, um dos Ex libris da Cidade de Setúbal.

Falta apresentar um novo enquadramento, que contenha também o sinal de transito.

Respeitando a privacidade dos moradores que já habitam no apartamento a partir do qual foi tirada esta foto, não é publicada a imagem que foi tirada na Pedra Furada e que mostra o candeeiro de rua a coincidir com a janela da sala, de um apartamento no xº andar esquerdo, do bloco 2 do 'Muro' da Vergonha.
Como bónus vamos datar a fotografia em análise. O que diferencia esta imagem de qualquer outra tirada no mesmo local, com o mesmo ângulo, a mesma perspectiva e a mesma luminosidade? Só pode ser algo que varie no espaço temporal: um navio atracado no cais comercial.
Com tantos navios a escalar o Porto de Setúbal, seria difícil identificar um navio específico, a partir de uma imagem de tão fraca qualidade. Aí tivemos sorte. Um navio de carga amarelo é raro e em Setúbal pode ser único.
Se o Robin tem como hobby (louvável) o de promover Setúbal através de fotografia, num site internacional que agrega uma comunidade de fotografia de cidades de todo o mundo, outros há que tem como passatempo tirar fotografias de (quase) todos os navio que escalam o Porto de Setúbal, para fornecer a um site que possui o mais vasto numero de fotos de navios do mundo. Um pouco de investigação e chegamos facilmente ao navio em causa, depois de um dos nossos interlocutores se lembrar desse navio amarelo, com o nome de 'Atlas B'.

Esta imagem foi publicada às 19:14 do dia 28-05-2010. Confirmamos com outras fontes e trata-se efectivamente deste navio que esteve estacionado naquela posição do cais comercial entre as 17:45 de 27-05-2010 e as 08:00 de 29-05-2010.
Como uma pequena luminosidade na imagem
(incidência do sol na janela) sugere que a imagem foi tirada ao início da tarde, datamos a imagem para uma hora algures entre as 12:30 e as 14:30 no dia 28-05-2010, já que o dia 27 (hora muito tarde) e 29 (hora muito cedo) se excluem devido à incidência dos raios solares.
Toda esta vasta equipa está de parabéns. Uma investigação ao nível de qualquer outra, que podemos ver por aí, em séries televisivas com a marca CSI.
Algures, foi apontado que esta 1ª temporada teria 5 episódios e como este é o quarto faltará portanto um derradeiro episódio, a ser publicado brevemente, e que terá o titulo sugestivo: CSI Lavra - Episódio 5: Duh...
À boa maneira de qualquer bom argumento, quando parece que já foi tudo descoberto, dá-se uma verdadeira reviravolta e reescreve-se toda a história. Prometemos que vai ser a 'cereja em cima do bolo' e usando a terminologia do Dragon Ball Z dizemos:

Não perca o próximo episódio, porque nós também não! ...

Continua...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

CSI Lavra - Episódio 3: Mensagem

Sinopse:

Após o grande sucesso da série original, foi criada uma nova série nos mesmos formatos do CSI: Crime Scene Investigation.
CSI: Lavra é uma série de artigos num blogue, que apresenta o trabalho de investigação caseira de uma equipa em Setúbal. O seu primeiro caso (1ª Temporada) vai ser a análise de uma denuncia de publicidade enganosa.
A partir de hoje, a equipa de Robin, Detective Coelho e outros 'carolas' avulso, vão investigar este e outros casos misteriosos e muitas vezes inexplicáveis na ensolarada Cidade de Setúbal.

Temporada 1 - Episódio 3
Mensagem

Como foi uma autêntica aposta no cavalo errada a linha de investigação usada no decurso do episódio anterior, a próxima abordagem na firme e determinada campanha para descobrir o que originou esta acusação de publicidade enganosa, vamos debruçar-nos na mensagem publicitária que é visível na imagem apresentada:

Setúbal a Cidade, a Serra, o Sado e tudo o que proporciona: o bom peixe, o bom clima, as boas gentes, enfim... Viver!!!...
Viver é o que lhe é permitido ao investir na sua habitação no edifício "Troia' Arrábida". Pois de uma forma incrivelmente económica ser-lhe-á possível adquirir o seu novo apartamento de topologia T1, T2, T3 ou T4 com parqueamento, arrecadação e equipado com painéis solares, usufruindo de uma vista soberba sobre Serra da Arrábida, Rio Sado e Península de Tróia.

Ficou confuso? Também nós! Está a tentar vender-se o 'Edifício Encosta do Rio II' ou o edifício "Tróia'Arrábida"?
Onde ficará então este edifício mistério? Segundo o site da imobiliária é o nome dada a todo o loteamento. Dois nomes para a mesma coisa é estranho, mas pelos vistos foi uma opção publicitária.
Explicações possíveis:
  • Edifício Encosta do Rio - Para o mercado local, ao qual se dá pouca importância (pelos vistos esta habitação a custos controlados não foi, como nós sempre dissemos, construída a pensar nas muitas famílias carenciadas deste concelho, a quem a Câmara Municipal de Setúbal, enviou uma carta no início de 2008 a todos os que estavam inscritos nesta autarquia, pedindo para se irem inscrever no 'Muro da Vergonha, e assim alegar em tribunal, que a sua construção era necessária, criando um facto a seu favor, mesmo baseando-se numa enorme mentira e conseguir com isso virar a Providencia Cautelar interposta por moradores contra a edificação destes mamarrachos, a seu favor).
  • Tróia'Arrábida - Para o mercado nacional, em que se tenta vender a localização, escondendo que a parte nascente da Avenida D.Manuel I (onde este mamarracho está edificado) é bastante desvalorizada devido à proximidade com os bairros sociais da Bela Vista (faz fronteira com este bairro) e aquele que é conhecido pelos setubalenses como o Bairro Azul, palco de rivalidades ente comunidades e problemas sociais que são regularmente notícia na Comunicação Social.
Não foi possível decifrar a frase (...)de uma forma incrivelmente económica ser-lhe-á possível adquirir o seu novo apartamento(...).
Tornamos a não conseguir desvendar a razão, porque foi esta página foi associada a Publicidade enganosa. Esperámos que no próximo episódio se faça finalmente luz sobre este intrigante caso, já que só vão existir 5 episódios nesta 1ª temporada e, já gastamos 3 sem nada descobrir.
Continua...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

CSI Lavra - Episódio 2: Preçário

Sinopse:

Após o grande sucesso da série original, foi criada uma nova série nos mesmos formatos do CSI: Crime Scene Investigation.
CSI: Lavra é uma série de artigos num blogue, que apresenta o trabalho de investigação caseira de uma equipa em Setúbal. O seu primeiro caso (1ª Temporada) vai ser a análise de uma denuncia de publicidade enganosa.
A partir de hoje, a equipa de Robin, Detective Coelho e outros 'carolas' avulso, vão investigar este e outros casos misteriosos e muitas vezes inexplicáveis na ensolarada Cidade de Setúbal.

Temporada 1 - Episódio 2
Preçário

Para quem está habituado a ver preços de apartamentos em publicidade de imobiliárias, acha que o 'crime' poderá estar no preço, já que lhe é dado especial relevo na página. Será portanto esse, o objecto de análise da nossa equipa de investigação caseira, neste segundo episódio.
A palavra 'desde' é sempre suspeita, já que normalmente o preço associado representa um valor sem rigorosamente nada associado ao objecto proposto. Neste caso poderiam dizer que tal não inclui as portas ou janelas (que custariam mais 100 euros cada uma), não inclui as torneiras ou as tomadas, as louças sanitárias ou os móveis da cozinha, etc.. Quando se diz que se aceita o negócio, dizem-nos que já está tudo montado e agora o preço passa a ser mais umas centenas ou milhares de euros. Técnicas de markting...
Como não existe nenhuma informação especifica sobre este tipo de propostas mais ou menos desonestas para o caso em apreço, vai ser interrompida esta linha de investigação.
Olhemos então para o preço em concreto: 61 930.82 euros. O que sobressai aqui são os 82 cêntimos. Um rigor deste é de louvar...
Depois de uma exaustiva pesquisa, que nos consumiu inúmeros recursos, descobrimos que, por ser uma habitação de custos controlados, aplica-se um tal Decreto-lei 165/93 de 7 de Maio que no seu artigo 5 diz..

Artigo 5.º

Parâmetros e valores

As habitações construídas com financiamentos concedidos ao abrigo do presente diploma estão sujeitas aos parâmetros e valores em vigor para a habitação de custos controlados, nomeadamente quanto aos custos de construção por metro quadrado e aos valores máximos de venda, ou outros contratualmente estabelecidos.

Como o preço diz respeito a um apartamento T1 com 70.15m2, é só fazer contas, podendo muito bem dar como resultado um valor, aproximado ao cêntimo.
Fomos apanhados de surpresa! Será uma nova filosofia de venda, já que os apartamentos vendidos pela mesma imobiliária, construídos pela mesma construtora e também sob as regras de habitação a custos controlados, tiveram uma dinâmica muito própria?
Se olharmos para uma enorme placa que esteve plantada junto aquele, a que eu carinhosamente chamo 'Muro' da Vergonha, durante largos meses

e os compararmos com o preçário da imobiliária (recolhido sabiamente por um agente infiltrado - o nosso 2º comprador fictício) vemos uns valores totalmente diferentes (inflacionados, claro!), do qual apresentamos uma pequena parte.

Aparentemente, escolhemos uma linha de investigação errada, talvez seja devido ao nosso amadorismo, nesta vasta ciência de investigação de crimes... Contudo, prometemos descobrir e fundamentar todas as provas que nos garantam inequivocamente, que houve mesmo aqui um caso sério de publicidade enganosa.
Voltaremos no próximo episódio com a analise de outros parâmetros!
Continua...