domingo, 15 de junho de 2008

Stand de Vendas

A ideia que tenho da forma de financiamento das empresas de construção é de que estas se auto-financiam durante o decorrer da construção através do inicio das vendas.
Por isso admiro-me por ainda não ter aparecido no local o seu Stand de Vendas. Não é certamente por ser Habitação de Custos Controlados, pois aí poderia-se perguntar se as leis em Aguada de Cima (Águeda) são diferentes das leis aplicáveis na Fonte do Lavra (Setúbal). Numa visita rápida a uma outra construção da Sociedade de Construções H.Hagen em Março deste ano a que já se fez referência, já lá existia o Stand de Vendas no meio das festas populares de "Erguer o Arco" (na data da foto o ano saiu errado - deve ler-se 2008 e não 2007).

Põe-se agora varias hipóteses:
  • A construtora ficou rica de repente e já não precisa destes 'trocos';
  • Os 33 apartamentos já estão apalavrados para os amigos e o negócio está a correr em mercado paralelo;
  • Estão à espera das nossas festas populares Festanima de S.Sebastião a decorrer em Setembro.
  • Não sabem se vão ganhar o processo em tribunal e temem que parte, ou mesmo a totalidade do "Muro" da Vergonha venha a ser demolido por ordem judicial.
  • Já não há famílias carenciadas em Setúbal com necessidade de habitação.
Como o público em geral não tem uma ideia muito concreta do que vai ser o "Muro" da Vergonha e a construtora tarda em mostrar a sua grandiosa obra, nós resolvemos dar uma ajuda com os dados disponíveis.
Assim facultamos uma plano fornecido pela Câmara Municipal de Setúbal incluido nas explicações que a mesma forneceu aos moradores aquando do inicio da contestação. Pode-se avaliar a desproporção entre o prédio existente e o "Muro" da Vergonha.

No dia 20 de Dezembro de 2007, estava eu convencido que já dominava medianamente o programa SketchUp com que comecei a fazer uma maquete do projecto, com as medidas entretanto retiradas nas minhas consultas anteriores ao projecto, mas uma funcionária mais zelosa dos serviços da Câmara Municipal de Setúbal, descobriu que afinal eu não podia consultar livremente o projecto como o tinha feito até ali e vedou-me o acesso ao mesmo empurrando-me para o mundo burocrático em que era necessário pedido por escrito, autorização, blá, blá, blá ...
Levava eu o rascunho dos alçados para identificar a posição correcta das portas, janelas e varandas para que a maquete ficasse o mais real possível.
Tive assim de me ficar pelo rascunho do alçado sul onde já tinha apontado a maior parte da informação, já que este é o alçado principal da construção. Peço assim desculpa por alguma incorrecção na proporção dos elementos introduzidos na imagem seguinte, se bem que o numero de portas e janelas aparentemente estarão correctos.

Preenchido a laranja está o que se encontra construído até ao momento. Como ainda falta construir no bloco 2 (ao meio) o equivalente ao prédio que faz fronteira com a construção, não será preciso muita imaginação para ver que aqui vai ficar certamente uma coisa digna de se ver.
Esta imagem será actualizada semanalmente e inserida no artigo 'Foto da Semana'. Assim, também o Engenheiro da Câmara Municipal de Setúbal que diz aos amigos em conversas de café que está à espera de se mudar para o "Muro" da Vergonha, não necessitará de visitar o local para saber do andamento das obras. Que a Câmara Municipal de Setúbal esteja com problemas financeiros é do domínio publico, agora que pelo menos um dos seus engenheiros faça parte das famílias carenciadas de Setúbal é que para mim é uma grande novidade.
Na reunião ordinária da Câmara Municipal de Setúbal de 07/11/2007 foi proposta pelos moradores uma alternativa a este projecto, que face a uma inevitabilidade da construção, iria anular o efeito de 'parede' e ficaria razoavelmente enquadrada com a envolvente. Desconhecíamos nós que o projecto tinha sido aprovado pelo distinto vereador André Martins a 02/10/2007. Fica assim explicado porque a Sra. Presidente Maria das Dores Meira na referida sessão, na parte das respostas às intervenções do público nem sequer comentou esta proposta, passando de imediato para outras questões menores da intervenção do morador.
Apresentamos mesmo assim o que seria a nossa versão do projecto que nunca teria sido apelidada por "Muro" da Vergonha.

Nenhum comentário: