terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Fato domingueiro

Assim como o Natal é quando o Homem quiser, o Domingo é quando a entidade patronal entender.
Apercebendo-me com o decorrer dos tempos como funciona a fiscalização das obras de construção civil, deparei-me com a seguinte situação, que a ser extensível a outras áreas do país é preocupante e uma total subversão do sistema.

As inspecções são feitas às terças-feiras de quinze em quinze dias. Nesses dias as obras estão um autentico luxo. Tudo vestido a rigor, tudo limpinho e os trabalhadores ilegais tem um dia extra de folga.
Quando uma maquina de aspirar ruas esteve em movimento quase permanente, na Rua Paulo da Gama no passado dia 8, isso foi entendido pelos moradores que a construtora tinha finalmente chegado à conclusão que os moradores mereciam um pouco mais de respeito e que os bocados de terra que saiam dos rodados dos camiões que transportavam a terra proveniente de um aterro em curso deviam ser limpos regularmente.
Ficamos preocupados quando na quarta de manhã um camião de transporte levou a referida maquina. Ficamos a pensar que talvez um 'graúdo' tenha vindo visitar a obra e não era bonito isto tudo estar um NOJO.
Passado 15 dias, novamente à terça feira, apareceu um camião de limpeza, agora da IPODEC a lavar a rua Paulo da Gama.

Talvez não fosse o mais apropriado para o efeito (demasiado grande), mas a rua ficou com um aspecto razoável. E se o camião de limpeza estava ao serviço dos órgãos autárquicos (pago com os nossos impostos) a limpar o que uma entidade privada sujou, não parece razoável.
Se tem que haver inspecções de rotina às obras de construção civil, por favor sejam originais e não vão em dias que todos os trabalhadores envergam o seu fato domingueiro. Talvez assim se reduza o número de acidentes de trabalho.

4 comentários:

Unknown disse...

Sr Robin,
O sr está a perder o fio do senso.

Sou setubalense, apesar de outra zona da cidade.
Mas ao passar pelo local o cartaz do blog despertou o meu interesse e tenho acompanhado.
Mas estou a ficar decepcionado, pois aquilo que inicialmente me parecia ser um movimento que correspondia ou que seria do interesse dum conjunto alargado de moradores na zona, noto que há demasiado interesse pessoal SEU, nisto tudo.
Já li aqui que VC irá, construindo-se aquele prédio, perder a vista para o estuário do Sado.
É verdade?
É isso que o leva a animar este Blog?
É só isso?
É o que parece, e assim sendo isto assim perde a piada.
São os carneiros...
É o raly....( VC está a enganar a malta),
Depois ...leva a mal que esteja sujo...
Depois leva a mal que limpem...

Eh pá, veja lá para que lado se vira...
se aquela empresa campanha interessante no sentido de dar voz aos moradores da zona, que de forma

Robin Setubal disse...

Re: Até os tribunais se pronunciarem a dizer quem tem razão, não me puderei alongar na razão do protesto ou na falta dela.
Quanto à limpeza, a critica é só por estar associada como me pareceu (e falei com várias pessoas ligadas ao ramo, incluindo instituições)a momentos de fiscalização. Isso é, no meu entender, uma subversão do sistema.
Quanto ao rally, carneiros, etc, é realmente só para dar um pouco de humor (que concordo, pode ser de gosto duvidoso) a um blog que se tornou demasiado pesado, sem que tivesse sido essa a razão inicial para a seu aparecimento.
Em principio este foi o ultimo artigo referente às construções previsto para os tempos mais próximos. Vou voltar à pesquisa de artigos relevantes para a história/memória do bairro.
Só existem 3 artigos em carteira, do passado dia 17, mas ainda estão pendentes de fotos a conseguir e de alguma investigação.

O Pinoka disse...

Se existe conhecimento de que as inspecções são feitas desta forma, então há que denuncia-las mesmo. Apoio integralmente. Independentemente do interesse em causa ser a título pessoal ou colectivo, se é irregular à que reclamar. Mesmo que directamente prejudique mais uns que outros todos acabamos por pagar, seja no trabalho precário seja em dinheiro mal gasto nos impostos.

Robin Setubal disse...

Re: Eu, que tenho uma vista privilegiada sobre as obras em curso, apercebi-me da falta de rigor com que se comportam os trabalhadores numa obra de construção civil em questões de segurança. Desloquei-me por duas vezes ao Inspecção-Geral do Trabalho (nucleo de Setúbal) e também esse tema foi abordado numa reunião de trabalho com a Sra. Presidente da CMS e Vereador do Urbanismo no passado dia 25. Nestes contactos foram abordadas situações concretas das quais existem fotos que obviamente não podem ser tornadas públicas na Internet.
Mais uma vez espero que os resultados das minhas conversas me levem a confiar novamente nas instituições.
São esses os artigos do dia 17 que estão por terminar.