quarta-feira, 23 de julho de 2008

O ataque

Nunca foi visto nada assim por estas bandas e se calhar não devem haver muitos exemplos de situações semelhantes por esse país fora.
Infelizmente para a actualidade com que gostamos de anunciar os flagrantes de uma construtora que nunca aceitou bem a contestação de que foi alvo e que se calhar nunca tinha passado por semelhante experiência, não me foi possível registar o ataque de que fomos alvo no dia 17 de Maio.
Numa rua sem saída, ocupada essencialmente com as viaturas pertencentes aos moradores da Avenida D.Manuel I entre o n.º 17 e 27, foi nesse dia invadida por betoneiras carregadas para ser feito o enchimento de uma placa que abrangia os blocos 2 e 3 do "Galheteiro". Não por uma nem duas betoneiras, mas sim por OITO camiões cisterna.
Para quem viu era um cenário digno de registo. Somente foi possível entre as várias fotos tiradas por moradores escolher a que tinha o maior numero de 'atacantes' na imagem.

Sendo o telemóvel hoje em dia um acessório presente na maioria dos portugueses e sendo o tempo de descarga de uma cisterna mais ou menos previsível por quem domina o ramo, não se compreende que numa zona residencial se deram ao luxo de ocupar a quase totalidade desta zona da rua como parque de camiões cisterna. Não foi referido no entanto qualquer incidente com os proprietários que usaram o estacionamento durante esse período.
Desconhece-se se devido à quantidade de fotos que foram tiradas no momento, ou porque realmente acharam que tinha sido um excesso, tal situação nunca mais se repetiu ao longo do enchimentos das placas seguintes.
Durante o dia de hoje procederam ao enchimento de mais uma placa e tudo se passou com uma normalidade assustadora:

Só é de lamentar que prestes a terminar as operações de maior impacto, as coisas se estejam a processar quase normalmente (só faltar tirar o pio à buzina da grua - ideias nos moradores não faltam!) como seria de esperar desde o início. Se os responsáveis no local, olhassem para trás e vissem que a construtora tem relevância no mercado e uma imagem a salvaguardar, metade dos artigos escritos não tinham simplesmente razão de existir.
Como este capitulo dos flagrantes está quase a acabar e não foi possível por questões de oportunidade e qualidade dos vídeos reunir mais exemplos (que foram demasiados), fica também aqui o registo de parte de um 'ataque' anterior, nos
terríveis tempos dos aterros no local.

Palavras para quê ...

5 comentários:

Anônimo disse...

epá.... realmente... um camião a dar a volta... não se faz!

Anônimo disse...

Incrível, realmente não se percebe. Camiões estacionados?! E a darem a volta? Jesus.
Caro anónimo, como te entendo.

Agora falando a sério. Toda a gente sabe que obras deste tamanho dão trabalho e trazem dores de cabeça aos vizinhos. Se eles precisavam de fechar a rua com os camiões e se só demorou 2 horas, não acha que foi melhor terem trazido 8 camiões? É que se não parece-me que em vez de 2 horas, tinha demorado umas 10...

Não sei, mas a mim quer-me parecer que a coisa foi feita a pensar nos habitantes. Mesmo que não tenha havido um polícia no local.
É que nem sempre o mundo gira à volta do nosso umbigo...

Pedro

Robin Setubal disse...

Sr. Pedro
Se leu bem o artigo, verificou que a caça aos flagrantes está praticamente terminada.
Nunca se viu por estas bandas, boas práticas de como minimizar o impacto de uma edificação desta envergadura.
Por muitos locais onde tenho andado (regularmente percorro o país de norte a sul, acompanhando actividades desportivas), nunca me apercebi que havia um apito numa grua. A nossa que está colocada junto à parede dos quartos de uma habitação existente e não para de fazer barulho, muitas vezes julgado a despropósito.
Quando terminarem as obras, não serão abrangidos por qualquer reparação, os passeios longe da edificação, que foram danificados durante a permanência e manobras de camiões pesados, ligados à construção.
De todos os moradores da zona, sou sem duvida o mais afectado por toda esta situação e por isso tenho um umbigo grande para onde olho regularmente, principalmente quando pretendo guardar o carro na garagem a que não consigo aceder devido às vedações.
A caça aos flagrantes está praticamente terminada porque não fora problemas burocráticos a que sou alheio, já tinha mudado de casa em Abril passado e por isso vou deixar de acompanhar on-line toda esta confusão. O artigo "Adeus" da lista dos 'Próximos capítulos desta novela' relatará esse momento.
Como a crise imobiliária é grande e ninguém iria valorizar os cerca de 25000 euros que aqui investi nos últimos anos numa habitação própria, comprada sem empréstimos bancários, ficará o meu actual refugio como um autêntico painel publicitário. Já tenho algumas ideias e estou a aguardar propostas interessantes de outros ideólogos do blog.
Leitura recomendada:
http://fontedolavra.blogspot.com/2008/07/o-buzino.html
http://fontedolavra.blogspot.com/2008/05/quem-quer-ser-milionrio-ii_9008.html
http://fontedolavra.blogspot.com/2008/05/quem-quer-ser-milionrio-iii_5996.html
http://fontedolavra.blogspot.com/2008/01/fato-domingueiro_1452.html
http://fontedolavra.blogspot.com/2008/01/uns-dias-chove-outros-dias-faz-sol.html
Lembre-se sempre, que são os trabalhadores de uma empresa de construção (principalmente os seus responsáveis no local) e os seus actos, que ficam na memória de quem convive (bem ou mal) durante longos períodos. Os gestores da empresa muitas vezes nem sonham das porcarias que se passam nos estaleiros.
Que me diz de uma situação em que dois trabalhadores, aquando da montagem dos alicerces, estavam aos saltos em cima da maquina que batia as estacas, sem qualquer equipamento de protecção, e a algazarra era tanta que ainda tive tempo de preparar a maquina fotográfica e apanhar o flagrante em que um deles lhe caiu as calças, para glaudio dos inúmeros mirones que observavam o espectáculo de cima do viaduto. Na foto, que por motivos óbvios não foi nem será publicada, estão o empreiteiro e o engenheiro responsável pela obra a conversar a menos de 10 metros do 'circo'.

Anônimo disse...

resta-me dizer-lhe que se nota que de construção não entende mesmo nada

Robin Setubal disse...

Pura verdade!
A minha formação académica está mais ligada à engenharia, à informática e à gestão, mas tambem já corri meio-mundo, conheço praticamente todo o país, sou um bom observador e tive o cuidado de perguntar em algumas situações que me pareceram estranhas, a um entendido na matéria (construtor cívil) o que era normal ser feito em situações identicas. Assim achei-me com conhecimentos para ter opiniões e consegui aprender algo mais sobre uma matéria que desconhecia por completo.
Foi a primeira vez que acompanhei uma obra destas dimensões de perto, mas de certeza que era possivel ter feito MUITO MELHOR!